sábado, 18 de agosto de 2007

UMA CARTA PARA IRMANDADE DE NOD



MANIFESTO DO ABRAÇO


Caro irmão nodiano principio neste espaço o manifesto do abraço, do despertar de uma realidade. Não me confunda com um vampiro de um jogo interessante de RPG, pois o abraço ao qual refiro-me é mais profundo. È necessário primeiramente aceitar o sangue, para estirpá-lo, é necessário deixar-se abraçar, para vivenciar o renascimento de uma nova consciência, uma consciência forte, soberana, que não se deixa levar por um sugestionismo imposto pelo sistema globalizado e também vampírico. Quando digo vampírico é pelo fato da manipulação maniqueísta imposta por uma ditadura invisível, que te açoita cotidianamente todos os dias quando você não está desperto. Sem perceber você é conduzido ao matadouro, como um rebanho de gado preste a virar carne no açougue. E para este vampirismo não passamos de gado marcado ou números nas urnas ou nos índices estatísticos. Sim, quando não se está desperto, você consome tudo o que lhe é oferecido diariamente na mídia, pois a política exercida por essa forma de vampirismo, é o consumo. Uma trama usada por todas as formas de poder, desde a criação do mundo. Ensinam-te que ter é mais importante que ser, uma educação consumista, que aos poucos te coloca no sistema capitalista selvagem. Então você deixa de ser, para se tornar o ter e entra no estado medíocre de estar, você sempre está em tudo e está com todos, mas quando realmente longe da superficialidade você é o ser??????????? Isso é uma raridade coletiva, pouquíssimos são, enquanto muitos estão. O poeta já dizia em uma de suas tragédias: “SER OU NÂO SER, eis a questão???????????” Eis aqui a profundidade de quatro palavras, SER OU NÃO SER, muitos dizem que são, numa ilusão comedida, em que momento da vida somos ou não somos? Enquanto crianças somos verdadeiros diamantes despertos no universo com núcleo de sensibilidade aflorada a todas as experiências. Quando jovens, queremos ser, mas surge o dilema imposto normalmente pela família, entre ser e não ser, qual entre nós teve a coragem de sê-lo verdadeiramente?Abdicando do ter e do não ser, imposto por terceiros? Quando adultos, na maioria das vezes somos sem ser, porque na verdade ficou dentro de nós à vontade de ser, mas a obrigatoriedade do ter e do não ser, nos conduziu pela linha invisível da vida. Percebe o quanto quatro palavras minúsculas possui tamanha dimensão? Passamos despercebidos pela vida, a verdadeira vida, olhamos sem ver, ouvimos sem escutar, falamos sem dizer, existimos sem viver, adormecidos, domesticados, dominados, oprimidos e sofremos sem saber ao certo porque sofremos, buscamos a paz em terceiros, em religiões, em filosofias e esquecemos de nos perguntar... ser ou não ser?? Quando foi a ultima vez que perguntou a si mesmo autenticamente sem um rusgo de mentira, quem eu sou?Ou quando foi a ultima vez que respondeste a alguém que te perguntaste quem tu és, com toda a veracidade de sua alma, sem pairar em seus pensamentos frustrações de algo que deixou de ser? Possuímos o livre arbítrio, realizamos nossas próprias escolhas, ou pelo menos acreditamos e queremos acreditar nisso, chegamos a tal ponto que não tocamos mais na vida, que banalizamos, vulgarizamos, ridicularizamos a nós mesmos, esquecemos de mergulhar na morte para viver. É preciso morrer para estar vivo, verdadeiramente vivo, ser um desperto num mundo onde todos dormem, é ser um maldito, é ver o que ninguém vê, a não ser os que se tornaram malditos, ou seja, despertaram para a verdadeira essência do viver, aqueles que beberam do sangue e sofreram todos os desregramentos dos sentidos, retendo a quinta essência, bebendo do próprio vitae, numa revolução interior de todos os sentidos, descobrindo em si mesmo a espada e o escudo para ser e viver entre as serpentes e os dragões. Tornando-se um roubador de fogo, ou seja, um revolucionado, um desperto pelo amor incondicional. Quando em nosso rock-teatro manifestamos “A Noite é a Mãe dos Amaldiçoados”, nos referimos aos que são diferentes, aos que são, e não aos que estão, nos referendamos aos malditos despertos neste mundo manipulador e manipulável e para todos os que estão adormecidos, os despertos tornam-se estranhas criaturas bizarras, tornam-se alvo de preconceitos de uma civilização pré-tudo. Não buscamos o fanatismo, pois como despertos que somos, escolhemos caminhar nas sombras de uma dimensão amplificada além das fronteiras da superficialidade. Cada palavra, gesto, cena e música vêm nutridas de uma essência, de um alerta, de uma metáfora, para que possamos realizar junto a você, caro espectador, uma revolução, a revolução do abraço, um abraço para sua própria essência. O nosso abraço de sangue, é para construir uma legião de despertos, pessoas revolucionando umas as outras, para juntos deixar de viver num tempo de lágrimas, e suplantar o sagrado amor. O que propomos não é somente música e teatro, e sim um despertar, um despertar para a vida verdadeira, autentica, em toda sua essência. Não me dirijo ao abraço vampírico do mito quase infantil, mas há algo que transcende esta realidade medíocre que nos obrigam a viver. Mas o abraço deve ser aceito de forma espontânea, pois a ti pertence o livre arbítrio, nada deve ser imposto, senão nos igualaríamos ao sistema. E o sistema não forma, o sistema deforma, te retém adormecido. O que buscamos é a liberdade do ser desperto no mundo para de forma consciente realizar a revolução de uma raridade coletiva desperta para o amor, a verdadeira espada e escudo de um cavaleiro neste mundo de trevas, guerras, corrupção, e tudo o que segue daí. Venha para o abraço e torne-se um multiplicador da revolução do despertar de uma nova consciência, a sua própria consciência.
SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO!!!
Marquez de Nod